O SOL
(Malabarista do Sinal)
O Sol Bate do lado, Bate de frente, Por traz,
Cima e baixo.
Racha o crânio, Cozinha o cérebro, Torra os
neurônios.
Penetra e resseca a pele, Evapora.
Ardente! Transforma o asfalto numa chapa.
Multiplica-se nos pára-brisas e nas janelas
dos veículos.
Fervente! Parece estar de olho no malabarista
do sinal.
A resistência o abandona aos poucos, o sorriso
e os movimentos antes espontâneos enferrujam.
O desejo de desistir lhe abita, o tempo Pará
Por algum momento.
Os sons se exaltam, buzinas, motores, freios e
arranques.
A água refresca a boca, a face coberta pela
maquiagem, a cabeça e o corpo do malabarista do sinal.
Retomada a motivação pelo desejo de buscar
outra realidade, noutros movimentos desafiando o vento, equilibrando no tempo,
jogando seus instrumentos dominados no espaço.
Malabarista do sinal...
Vermelho, Pare!
O espetáculo vai começar.
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