sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Malabarismo





Se a vida é um malabarismo?
Decerto que sim.
Mas isso de filosofar sobre a puta da vida é tão entediante que não vou agora pôr-me aqui a dizer coisas e mais coisas que toda a gente sabe.
Prefiro contar como foram estes dias passados com o malabarista – uma divertida maneira de passar o tempo. Ele falava naquilo da integração corpo-mente e não me parece que tenhamos ficado muito aquém. Desde eventos para empresas a festinhas familiares fizemos de tudo. Serviu-se sempre das diversas partes do corpo, principalmente das mãos, mas também dos pés, dos braços e da cabeça. Querem coisa mais completa?

Do contacto próximo com a arte concluí que não se deve ter medo de tentar; e se não funcionar da primeira vez, não se desiste e tenta-sede novo e de novo. É este o conselho que posso dar-vos.


Como foi?

Foi bom porque meteu muita destreza, muita devoção e sobretudo muitas bolas. Todas manobradas com exímia perfeição e um cuidado extremo.
Se gostei?
Digamos que sim, mas confesso que já andava um pouco enfastiada. Vou agora à procura de formas mais anatómicas!


Domingo, Julho 01, 2007

Fausta no Circo


Perguntaram-me se preferia pão ou circo.
Um bom Pão seria um singular desejo… mas… a esgotar-se rapidamente na estreia, que o pão é nutriente mas não se multiplica.
A opção Circo era mais vasta e diversificada por isso a minha preferência foi esta até porque a promessa de magia deixou-me a salivar.
Assim, era-me dado escolher entre a diversidade da oferta:
Havia o ilusionista, que dominava a arte de entreter criando ilusões. Não servia. Gosto de entretenimento a sério e de ilusões já tive a minha conta.
Havia o homem-bala, que era um tiro certeiro. Não servia. Não gosto de ser alvejada assim, a toque de percussão.
Havia o palhaço, que costuma fazer rir mesmo sem ter vontade. Não servia. Gosto de um boa gargalhada mas detesto homens choninhas.
Havia o engolidor de fogo, homem de peito grosso e depilado, não fosse o diabo tecê-las. Não servia. Não gosto de bocas lambuzadas e de tipos alambazados; a engolir, que seja eu, já que nem sempre posso estar em brasa.
Havia o homem do pêndulo, equilibrando-se ali direito que nem um fuso. Não servia. Pendentes já os conheço de outras fitas e palavra que já não tenho pachorra para os içar.
Havia o domador de leões, de chicote na mão e voz de comando, o bravo da acção, o destemido. Não servia. Ousadia a mais tira o encanto a qualquer cena e eu, fera, depois de amansada nunca mais seria a mesma.
Havia o contorcionista, o que representa o drama com as flexões do corpo. Não servia. Era homem demais para mim; pôr-me-ia de rastos em três tempos, que a elasticidade de um artista assim, deixa uma mulher assarapantada naquele múltiplo estica-encolhe.

Escolhi o malabarista: prometia o desafio das leis da gravidade, o domínio e o controlo no manejo dos materiais…

Fico com ele por uma noite. Dir-vos-ei depois como foi.